Editorial
Por Taynara Lima
No mundo
A transfusão de sangue é dividida em dois períodos: o empírico, que vai até o ano de 1900, e o científico, de 1900 em diante. A era “pré científica” é marcada pela descoberta da circulação sanguínea, no século XVII, até a descoberta do sistema ABO (classificação do sangue em AB, A, B e O), pelo médico e biólogo austríaco Karl Landsteiner. O período dito científico inicia, então, a partir da constatação de Landsteiner até os dias atuais.
Inicialmente, no século XVII, as transfusões eram heterólogas, ou seja, realizadas com sangue de animais de espécies diferentes. No entanto, esse tipo de transfusão foi proibida após ser considerada crime. Mesmo proibidas, as experiências continuaram. Em 1788, Pontick e Landois conseguiram resultados positivos realizando transfusões homólogas (entre animais da mesma espécie). Em 1818, em Londres, ocorreu a primeira transfusão bem sucedida de humano para humano, feita por James Blundell.
Em 1900, Karl Landsteiner percebeu que, muitas vezes, o soro do sangue de uma pessoa coagula ao misturar com o de outra, resultando, assim, na descoberta dos tipos sanguíneos. Em 1940, Landsteiner, juntamente com Alexander Solomon Wiener, descobriram o fator RH, através de experimentos em macacos Rhesus.
Após o entendimento da questão da incompatibilidade, era necessário, então, desenvolver processos de armazenamento e estoque do sangue. Dessa forma, é desenvolvida a solução anticoagulante à base de citrato de sódio, além do aperfeiçoamento da refrigeração, o que permitiu a criação dos bancos de sangue.
No Brasil
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Já no Brasil, a hemoterapia só começou a ser vista como especialidade médica em 1940, e, no mesmo ano, alguns bancos de sangue foram inaugurados. Em 1950, surgiu a Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia.
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Com o crescimento dos bancos de sangue privados e públicos e a utilização da doação remunerada, foi criada, em 1950, a Lei nº 1075, que se refere à doação voluntária no país. Em 1980, é criado o Programa Nacional de Sangue e Hemocomponentes (Pró-Sangue) com o intuito de regularizar a hemoterapia no Brasil e, em seguida, surgem os Hemocentros.
No Ceará
No estado, temos o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da rede pública, criado em 1979 e com início do funcionamento em 1983. Para suprir as demandas dos hospitais conveniados, o Hemoce já realizou diversas campanhas de doação voluntária em diferentes lugares, expandindo, aos poucos, a sua área de cobertura. Em 1990, foram inaugurados Hemocentros Regionais: em Sobral, Juazeiro do Norte, Iguatu, Quixadá e no Crato, que funcionam até hoje. Além disso, o Hemoce trabalha com um hospital próprio e um ambulatório para realizar as transfusões para os pacientes conveniados. Eles também dispõem do próprio laboratório.
Além do Hemoce, temos, no estado, o Fujisan. Fundado em 1973, é um Centro que realiza cobertura hemoterápica de hospitais privados no Ceará, além de oferecer outros serviços. Através do site do Fujisan, o doador, além de salvar vidas, ainda pode ter acesso, após 45 dias, aos resultados de exames específicos: Grupo sanguíneo e Fator RH, VDRL, Anti-HIV, Anti-HTLV, Anti-HCV, Anti-HBc, Sorologia para Doença de Chagas, pesquisa de anticorpos irregulares, pesquisa de hemoglobina AS (anômala), Teste NAT (para HIV, Hepatite B e Hepatite C) e pesquisa de HBsAg.
Critérios de doação
Requisitos básicos para doação:
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Idade entre 16 e 69 anos (jovens menores de 18 anos devem estar acompanhados pelos responsáveis legais ou levar um comprovante de consentimento dos responsáveis legais)
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Idade máxima de 60 anos para a primeira doação
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Peso superior a 50Kg
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Boas condições de saúde
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Estar alimentado
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Portar documento original com foto, expedido por órgão oficial
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Projeto Sangue Amigo
O Sangue Amigo é um projeto realizado para a disciplina de Jornalismo Multimídia, do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará. O trabalho busca informar e tornar acessíveis para o público informações relacionadas à doação de sangue, principalmente no estado do Ceará.
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Acervo da equipe
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