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Uma compatibilidade que salva vidas: a transfusão

Por Kathelyn Aguiar

A transfusão é o destino final das bolsas de sangue no processo de doação. O procedimento consiste na inserção do material sangue ou de alguns dos seus componentes no corpo do paciente, com o objetivo de tratar doenças, como a anemia, ou suprir uma perda repentina, em cirurgias ou em casos de acidentes.

 

Segundo o Ministério da Saúde, a realização de transfusões no país aumentou 4,8% no ano de 2019. Só nesse ano foram feitas mais de 2,95 milhões de transfusões totais, além de mais de 1,8 milhões de transfusões de hemácias.

 

O procedimento só pode ser realizado se houver compatibilidade sanguínea entre o doador e o paciente. Assim, para viabilizar a transfusão é preciso retirar uma amostra do sangue do paciente para análise clínica. Comprovada a compatibilidade, a transfusão já pode ser realizada, podendo durar até 3 horas.

 

Muitos são os motivos que podem levar a um paciente precisar realizar uma transfusão. Alguns precisam das bolsas de sangue por uma eventualidade clínica, como uma cirurgia. Mas também existem pacientes que dependem das doações de sangue por toda a vida.

Gratidão por estar viva                              

 

A operadora de telemarketing Irlane Nobre, de 52 anos, está entre os pacientes que precisaram da transfusão em situações de emergência. Tudo começou quando ela teve que se submeter a uma cirurgia para a retirada do útero, mas seus níveis de glóbulos vermelhos estavam baixos demais para a cirurgia.

 

Irlane não se assustou com a decisão dos médicos em realizar uma transfusão antes da cirurgia. “Foi um processo tranquilo,  quando estava fazendo a transfusão fiquei sendo observada pela equipe do laboratório”, conta.

 

Mesmo realizando o procedimento pela primeira vez, ela não se sentiu incomodada, mas temia a rejeição do sangue pelo seu organismo. Por mais que haja uma prova cruzada entre o sangue do paciente e do doador, ainda é possível que haja incompatibilidade. Nesses casos, o corpo receptor destrói os glóbulos vermelhos recebidos logo após a transfusão.

 

Essa reação rara e grave não aconteceu com Irlane, que pode realizar sua cirurgia tranquilamente, que também foi um sucesso. Hoje, após os dois procedimentos, o sentimento que mais a permeia é o de gratidão.

 

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Gratidão por estar viva                              

 

A operadora de telemarketing Irlane Nobre, de 52 anos, está entre os pacientes que precisaram da transfusão em situações de emergência. Tudo começou quando ela teve que se submeter a uma cirurgia para a retirada do útero, mas seus níveis de glóbulos vermelhos estavam baixos demais para a cirurgia.

 

Irlane não se assustou com a decisão dos médicos em realizar uma transfusão antes da cirurgia. “Foi um processo tranquilo,  quando estava fazendo a transfusão fiquei sendo observada pela equipe do laboratório”, conta.

 

Mesmo realizando o procedimento pela primeira vez, ela não se sentiu incomodada, mas temia a rejeição do sangue pelo seu organismo. Por mais que haja uma prova cruzada entre o sangue do paciente e do doador, ainda é possível que haja incompatibilidade. Nesses casos, o corpo receptor destrói os glóbulos vermelhos recebidos logo após a transfusão.

 

Essa reação rara e grave não aconteceu com Irlane, que pôde realizar sua cirurgia tranquilamente, que também foi um sucesso. Hoje, após os dois procedimentos, o sentimento que mais a permeia é o de gratidão.

 

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“Foram uns dias bem desafiadores.. sou grata por está viva hoje”.

Valéria Gurski, 33 anos

A vida como espelho    

 

Valéria Gurski, 33, arquiteta e influenciadora digital, foi diagnosticada com uma anemia genética denominada Talassemia Major, quando ainda era bebê. Pacientes com essa condição produzem células sanguíneas com níveis baixos de hemoglobina, o que diminui o tempo de vida delas. Assim, eles precisam receber transfusões regularmente tanto para suprir essa necessidade de hemoglobina, como para impedir que a medula óssea produza hemácias. 

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“Eu recebo sangue de forma periódica justamente para a minha medula não produzir essa célula e eu acabar vivendo com o sangue do doador”.

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Para a arquiteta, as transfusões já ocorrem a cada 21 dias por quase 32 anos e meio da sua vida. O procedimento já é parte da sua rotina. “Como eu recebo sangue fenotipado, o hemocentro da minha cidade já tem meu cadastro tanto do meu tipo sanguíneo, como do meu fenótipo. Então a médica prescreve o sangue, e um dia antes da transfusão eu vou até o local onde eu faço a transfusão, colho um pouco de sangue para fazer o cruzamento e ver se meu sangue não vai ter nenhuma reação com o sangue que eu vou receber. E aí no outro dia eu vou receber o sangue normal. Minhas transfusões já estão pré-agendadas”. Valéria costuma dizer que o dia da transfusão é seu dia de folga.

 

Ao longo de todos esses anos em suas visitas de rotina ao hemocentro, Valéria conta de um momento marcante: o dia em que conheceu duas de suas doadoras. Por questões de ética, os bancos de sangue são impedidos de divulgar a identidade dos doadores. Mas para Valéria o universo deu uma forcinha. A partir dos conteúdos que produz sobre a doação de sangue, ela foi convidada pelo hemocentro para fazer parte de uma campanha publicitária em sua cidade, o encontro entre ela e uma doadora aconteceu durante um programa de TV.

Valéria encontra sua doadora

Outro momento que lembra com muito carinho foi quando descobriu que estava recebendo o sangue de um enfermeiro que cuidou dela por muitos anos. “Eu vi que ele estava estranho. Ele chegava perto, olhava a bolsa, daí saía. Quando eu comecei a receber a segunda bolsa, ele voltou ali, até que uma hora ele chegou e falou pra mim: ‘Esse sangue é meu!’ Ele era fenotipado comigo e eu estava recebendo o sangue dele”, declara.

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Valéria relata sua rotina durante as transfusões em suas redes sociais

“Ver aquele pessoal que não precisava de tratamento se queixar acabava me chocando um pouco porque ali naquele grupo tinha, por exemplo, pai de pacientes recém-nascidos que foram diagnosticados com a Talassemia Major e eles se assustavam em ver pacientes que não precisavam de tratamento se queixando, reclamando tanto da vida e eles ficavam pensando ‘nossa, se essa pessoa que é só portadora se queixa tanto, o meu filho que nasceu agora, que vai precisar de sangue pro resto da vida, como vai ser a vida dele?’ Isso me incomodava muito. Então eu criei uma página no Facebook direcionada só para pacientes com Talassemia, onde eu mostrava a minha rotina. Mostrando que eu, que tenho a major, que dependo de sangue, tenho a vida normal”, afirma Valéria.

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Hoje, Valéria já acumula mais de 5 mil seguidores em suas redes sociais e produz conteúdo na internet sobre transfusão de sangue e a sua condição com a Talassemia Major. “Eu comecei a perceber o quanto isso era importante e como isso incentivava mais as doações. Mostrar minha vida que mesmo eu recebendo sangue, eu tenho uma vida normal, as pessoas se incentivavam a doar mais”, declara.

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Escute sobre a experiência de Valéria com a transfusão:

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